LGBTQIA+
Sendo a homossexualidade tão antiga quanto a história da humanidade, parece absurdo que ainda seja necessário se falar em luta contra a homofobia, mas em um país onde 1 LGBTQ é morto por dia de maneiras brutais, essa luta se faz urgente. Junho é considerado o mês do orgulho LGBTQIA+ , mais precisamente dia 28 de junho, e a data remonta ao dia em que policiais tentaram invadir e agredir de forma violenta frequentadores do bar Stonewall Inn, ponto de encontro do público gay nova iorquino na década de 60. Cansados das famosas batidas policiais, naquele 28 de junho de 1969 os frequentadores resistiram e tiveram apoio de milhares de pessoas que saíram em protesto pelas ruas, o evento ficou conhecido como A revolta de Stonewall e deu início a uma tradição que segue até hoje pelo mundo, as Paradas do Orgulho LGBTQIA+.
De lá pra cá muitas mudanças ocorreram e muitos direitos foram conquistados, mas ainda existe um longo caminho pela frente. Esse ano faz 30 anos que foi retirado da lista da OMS o transtorno do homossexualismo, o sufixo [ismo] que se refere à doença foi substituído por [dade] que significa “comportamento”, e ainda, apenas em 1999 ficou proibida a prática da terapia de reversão sexual. Segundo o Conselho Federal de Psicologia não é possível curar uma doença que não existe. Porém um grupo de psicólogos cristãos aproveitou uma brecha na lei para praticarem a famosa “cura gay”. E acreditem, o tema ainda é destaque no cenário político, mas em abril de 2019 a ministra Carmen Lúcia barrou a prática por meio de uma liminar. Estamos em 2020 e ainda precisamos debater questões que deveriam ter respostas óbvias.
Mais uma importante conquista foi o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, no Brasil apenas em 2011 foi permitida a união estável, e o casamento apenas em 2013. Diversos países ao redor do mundo também já aprovaram o casamento homoafetivo, como Alemanha, África do Sul, Holanda, Portugal entre outros, mas por outro lado, em 70 países o ato de amar uma pessoa do mesmo sexo ainda é crime e as penas são tão cruéis que não vem ao caso citar por aqui.
Sabemos que a luta por direitos ainda se seguirá por muitos anos, mas o fato é que devemos às gerações anteriores às nossas muitos dos direitos já adquiridos. E se muitos dos jovens de hoje se sentem mais à vontade para serem quem são, viverem seus amores e compartilharem seus ideais de liberdade com o mundo é porque muitos outros no passado lutaram por isso. Mas não devemos nunca esquecer que o Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+’s no mundo, que milhares de pessoas ainda sofrem as duras consequências da intolerância, e é trabalho de todos nós lutarmos contra isso independente de se fazer parte da comunidade ou não. Te convidamos a pensar o que você pode fazer pra mudar o que ainda é preciso ser mudado e aproveitamos pra lembrar à todos: nenhum governo pode te impedir de ser quem você é.